17.2.12

Massivo Central

O tão esperado frio não apareceu logo que fizemos o nosso primeiro passo a mil metros. Ainda sem um bom preparo físico, fazer mil metros de desnivel com 30 kg de bagagem, a 37 graus foi uma experiência "enriquecedora". A Elisa chegou a chorar durante a subida, não sei se foi dor, cansaço ou medo, mas passou logo. Talvez ela tenha cansado de ouvir "é so mais uma curvinha e chegamos. Lá em cima vai estar fresquinho". Semanas depois, após ter feito alguns passos alpinos, eu me dei conta de que esta primeira subida do massivo central foi uma das mais difíceis da viagem.

Subidas e esforços físicos a parte, esta região da França conhecida como Auvergne é muito bonita e tem estradas perfeitas para cicloturistas. É uma região pouco habitada e com muitas belezas naturais. Existem hotéis e albergues preparados para receber ciclistas e ainda existe um camping municipal em cada cidadezinha. A melhor época é a primavera.

Nós passamos pelas cidades de Florac e Puy-en-Velay. Nesta última ficamos hospedado na casa de Sylvain, que contatamos através do site www.warmshowers.org. Sylvain tem um grave problema de visão que o impede de dirigir veículos motores. Para se locomover ele usa uma tricicleta reclinada elétrica, na qual ele adaptou um painel solar que ajuda a carregar as baterias e, de quebra, lhe protege do sol. Eles nos mostrou a histórica cidade de Puy-en-Velay e no dia seguinte nos acompanhou na sua tricicleta solar até a proxima etapa, a casa de Xavier, um couchsurfer que nos recebeu como reis.

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